Diplomacia é chave para previsibilidade nas relações Brasil-EUA

A Abinee recebeu com preocupação o anúncio feito pelo governo dos Estados Unidos nesta quarta-feira (9/07), que impõe tarifas adicionais sobre produtos brasileiros. Caso entre em vigor a partir de 1º de agosto, a medida poderá provocar impactos relevantes nas exportações brasileiras e nas relações comerciais entre dois países tradicionalmente parceiros. Na avaliação da entidade, a decisão unilateral não tem justificativa econômica, uma vez que o fluxo de comércio entre Brasil e Estados Unidos é superavitário em favor dos norte-americanos.

No caso do setor eletroeletrônico, os negócios com os Estados Unidos no primeiro semestre deste ano registraram saldo negativo para o Brasil de US$ 1,3 bilhão, com exportações de US$ 1,1 bilhão e importações de US$ 2,4 bilhões.

Por outro lado, os EUA foram os principais destinos das exportações de produtos do setor, apresentando crescimento de 23,1% nos seis primeiros meses deste ano comparado com igual período de 2024, ampliando sua participação de 26% para 29% neste período.

A medida afetaria, principalmente, as vendas externas de equipamentos elétricos de grande porte, principais itens exportado do setor, tendo em vista os investimentos consideráveis que estão sendo realizados internamente naquele país para a criação de uma infraestrutura de recarga de veículos elétricos em todo o território. Também poderão ser afetadas as exportações de motores e geradores, componentes para equipamentos industriais, máquinas para processamento e dados, instrumentos de medida, entre outros.

Dessa forma, o Brasil terá que ir à mesa de negociação para reverter esse nível tarifário, que inviabilizará as vendas externas das empresas do setor.

É importante que o diálogo entre os dois países seja preservado, mantendo uma tradição diplomática de cerca de 200 anos, alicerçada no intercâmbio comercial e cultural, com resultados benéficos para o desenvolvimento econômico e social de ambas nações.

A Abinee reforça seu compromisso com a defesa do setor produtivo nacional e acredita que o caminho diplomático, será fundamental para garantir a confiabilidade e previsibilidade que sempre pautou essa relação bilateral entre Brasil e EUA.