05 dez Possível escassez de chips acende alerta no setor de eletroeletrônicos no Brasil – Valor Econômico – 04/12/2025
O aumento dos preços de chips de memória no mercado global, provocado pelo salto de demanda de servidores para data centers de inteligência artificial, preocupa a indústria brasileira. A Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) se reuniu com fabricantes dos setores de informática e de celulares para discutir o impacto de possível restrição da oferta de memórias ao mercado brasileiro, disse o diretor Informática da Abinee, Mauricio Helfer, a jornalistas, nesta quinta-feira (4).
“Pelas perspectivas, já é algo que possa impactar [o mercado de informática e celulares]”, disse Helfer. “Realmente, é uma situação bem complexa e vai ser talvez um grande desafio que nós teremos em 2026.”
As exportações da indústria eletroeletrônica somaram US$ 7,9 bilhões em 2025, alta de 3% na comparação anual, informou a Abinee em seu balanço anual divulgado nesta quinta. Os Estados Unidos foram o principal destino das exportações, correspondendo a 26% do total do setor.
Manutenção do tarifaço pode gerar dificuldades
A antecipação de embarques ajudou a mitigar os efeitos do tarifaço aplicado por Donald Trump para o setor eletroeletrônico em 2025, informou a Abinee.
“Houve antecipação de uma série de embarques antes que o tarifaço entrasse em vigor. De uma certa maneira, essa antecipação contribuiu de uma maneira positiva para os números”, disse o presidente executivo da Abinee, Humberto Barbato.
O cenário para 2026 deve ser diferente. “Daqui pra frente, acontecendo a manutenção do tarifaço, isso pode gerar maiores dificuldades”, comentou Barbato.
Os produtos de eletrônica embarcada foram os principais itens exportados do setor, totalizando US$ 880 milhões, 19% acima do resultado de 2024.
As importações cresceram 3%, somando US$ 49,1 bilhões em 2025. As áreas que apontaram as maiores taxas de crescimento nas importações foram máquinas para processamento de dados (32%), componentes para utilidades domésticas (19%) e eletrônica embarcada (17%).
Individualmente, os produtos mais importados foram os semicondutores (US$ 6 bilhões), sendo a maior parte das importações do setor (45%) proveniente da China.
O déficit da balança comercial totalizou US$ 41,1 bilhões em 2025, resultado 3% superior ao apresentado em 2024 (US$ 40 bilhões).
Para 2026, a Abinee espera que as exportações cresçam 3%, ante 2025, e que as importações avancem 2%, neste período.