IA das ‘big techs’ entra na mira da Comissão Europeia

Valor Econômico – 11/12/2025

A Comissão Europeia abriu uma investigação antitruste para avaliar se o Google está violando as regras de concorrência da UE ao usar conteúdo online de editores da web e do YouTube para fins de inteligência artificial. A Comissão disse estar preocupada com a possibilidade de a “big tech” ter usado conteúdo de editores da web para gerar serviços com inteligência artificial em suas páginas de resultados de busca sem a devida compensação aos editores e sem lhes oferecer a possibilidade de recusar tal uso de seu conteúdo.

A Comissão também está investigando a política de acesso de provedores de inteligência artificial ao WhatsApp. O temor é que a holding controladora, Meta, impeça grupos rivais de IA de oferecer seus serviços por meio da plataforma de conversas. As autoridades antitruste italianas já investigam a Meta sob alegações de que a empresa teria usado sua posição dominante para integrar IA ao WhatsApp sem o consentimento dos usuários.

Sete em cada 10 jovens dizem que IA é aliada na aprendizagem

Jovens de 14 a 29 anos consideram plataformas de inteligência artificial como ferramentas auxiliares promissoras quando o assunto é aprendizagem em escolas, cursos e universidades, de acordo com a pesquisa da Demà Aprendiz em parceria com a Nexus. Dos 2.016 respondentes, 69% disseram que a IA pode ajudar mais do que atrapalhar nesse processo, enquanto 24% creem que essa tecnologia pode prejudicar.

No quesito empregabilidade e IA, a estatística se amplia e 84% dos entrevistados consideram a ferramenta como fator impactante para conseguir uma vaga de trabalho de qualidade. Desse total, 34% pensam ser relevante dominar as tecnologias para produtividade; 32% consideram um diferencial no currículo, mas não fundamental para garantir o emprego, porém 14% já qualificam a ferramenta como imprescindível.

O levantamento aponta ainda que 69% dos entrevistados querem ter um emprego com carteira e horários fixos contra 29% que preferem um posto informal, sem registro e sem rotina, enquanto 2% não souberem responder.

Publicidade busca equilíbrio entre IA e o fator humano

Em três anos de popularização da inteligência artificial (IA) generativa, com o lançamento do ChatGPT, da OpenAI, o uso da ferramenta avançou em ritmo crescente. A redução de tempo de produção e custos prometida pela IA tem atraído de microempreendedores a grandes anunciantes. Para especialistas ouvidos pelo Valor, a eficiência é bem-vinda, mas o fator humano é o que faz diferença no engajamento do público com as marcas.

O uso é mais aceito por parte da audiência que tem utilizado com mais frequência a ferramenta. Prova disso é que o número de brasileiros que usou IA em 2025 é o dobro do de 2024, chegando a 61 milhões de pessoas.

Ainda assim, as marcas estão cautelosas com a adoção. O índice do Google que mede a maturidade digital de grandes anunciantes aponta para um cenário mediano no país. Apenas 14% das empresas brasileiras estão nos estágios mais avançados do uso dessas ferramentas.

A primeira campanha publicitária do mundo a utilizar IA foi instalada há 10 anos em um ponto de ônibus da Oxford Street, em Londres. O pôster interpretava a reação do público: se a fisionomia da audiência parecesse positiva, o mobiliário urbano exibia outro anúncio da marca de café fictícia chamada Bahio, mas, se houvesse algum tipo de estranhamento, o reclame era imediatamente descartado. A iniciativa foi criada pelas agências de publicidade M&C Saatch e Posterscope, em parceria com a empresa de mídia externa Clear Channel (hoje chamada de Bauer Media Outdoor). A ideia não era promover uma marca propriamente dita – daí o uso de uma fictícia -, mas sim testar a tecnologia.

Redata precisa garantir competitividade da indústria tecnológica local

O prazo para que o Regime Especial de Tributação para Serviços de Datacenter (Redata) se torne lei antes que a medida provisória perca a validade, em fevereiro, é uma das principais preocupações dos integrantes da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee). Outra é garantir que o regime não afetará a competitividade da indústria brasileira de informática.

O regime prevê isenção de impostos como PIS, Cofins e impostos de importação para equipamentos voltados a centros de dados sem similar nacional, a partir de 2026.

O prazo de validade da MP que instituiu o Redata também é um ponto crítico, especialmente após a proposta de inclusão do regime no Projeto de Lei de regulamenta a inteligência artificial no país, o PL 2338/2023. A proposta foi sinalizada pelo relator do “PL da IA”, o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), no início de novembro.

Ações da Microsoft são melhor aposta em IA, ‘bolha ou não bolha’, diz analista

A Microsoft continua sendo a melhor aposta em ações de inteligência artificial (IA), apesar das preocupações de que possa estar envolta a uma bolha, afirmou Gil Luria, analista da D.A. Davidson, em uma nota a clientes.

Os temores cresceram à medida que grandes empresas de tecnologia, incluindo Microsoft, Meta Platforms, Amazon, Alphabet e Oracle, investiram pesado em infraestrutura de data centers para atender à forte demanda por poder computacional — em especial à da OpenAI.

Há uma preocupação crescente de que o impulso da dona do ChatGPT não seja sustentável.