Revista Abinee 99 agosto/2019
agosto 2019 | Revista Abinee nº 99 | 13 desenvolver economias de baixa emissão de carbono. “Cada país pode atingir seu objeti- vo de uma forma particular, mas um ator que merece ser considerado para integração é o gás natural”, afirmou. Em sua avaliação, essa fonte tem grande potencial de crescimento e pode ser um elemento importante para a descarbonização do setor elétrico. O vice-ministro de Minas e Energia do Paraguai, Carlos Zaldívar, apresentou o panorama energético do país e destacou a necessidade de aumentar em 60% o uso de energias renováveis, além da meta de emissão zero de CO2 até 2050 no âmbito da política estratégica 2016-2040. Também afirmou que o Paraguai tem consciência de que deverá trabalhar junto com o Brasil e destacou as oportunidades da matriz ener- gética de seu país, como autoprodução de eletricidade, cultivos de bioenergéticos, refi- namento de petróleo. Juan Garade, secretário de recursos re- nováveis e mercado elétrico da Argentina, disse que o país tem investido na constru- ção de pequenos parques para geração de energias eólica e solar. “Basicamente, 9% de toda nossa demanda de energia será abas- tecida por fontes renováveis nos próximos anos”. Segundo Garade, a transformação do sistema elétrico é inevitável e ininterrupta, demandando robustez institucional e estabi- lidade regulatória. As barreiras institucionais também foram citadas pelo vice-ministro de Minas e Energia do Paraguai, Felipe Mitjans que, reforçou os compromissos internacionais assumidos pe- los países, como o COP21 e o IRENA de emis- são zero até 2050. Mitjans comentou sobre a possiblidade de paralelismo entre Itaipu e Yacyreta, convertendo o Paraguai em corre- dor de energia limpa para a integração entre Paraguai, Brasil e Argentina. Citou também a criação da Ata de Acordo para a Integração Energética, que possibilitou a venda de ener- gia para Bolívia, Chile e Uruguai. O assessor do ministro de Energia do Equador, Vitor Orejuela Luna, abordou a mudança da matriz energética do país, es- pecialmente em função do racionamento de energia em 2009, quando foi necessário comprar energia da Colômbia. A partir daí, criaram-se políticas de aumento de capaci- dade de geração, redução do consumo de energia elétrica, eliminação do consumo de diesel e diminuição das emissões de CO2. Hoje, entretanto, 90% da energia do país ainda é hidráulica; 8% térmica e 2% são energias renováveis. Luna também apresentou o projeto “Zero combustíveis fósseis em Galápagos”, com o aumento do uso de energia solar e eólica e do óleo de pinhão nas ilhas. No tema da integração dos países andinos, comentou sobre a aproximação existente entre Equa- dor, Colômbia e Peru. Para o diretor Geral da ISA – Rede de Energia do Peru, Carlos Sánchez, a integra- ção ainda está aquém das possibilidades para o desenvolvimento de ações similares, como ocorre na Europa. Com uma matriz energética composta basicamente por hi- droelétrica e gás, o Peru ainda não possui estrutura para geração distribuída. Segundo Sánchez, o governo estuda mudanças no sistema regulatório do setor e a intercone- xão com outros países, como o Brasil.
Made with FlippingBook
RkJQdWJsaXNoZXIy NTY5NTk=