Revista Abinee 98 - Julho/2019

julho 2019 | Revista Abinee nº 98 | 37 consumidor. “É um modelo baseado na con- fiança. Caberá a nós a fiscalização”, disse. Ela complementa que o consumidor também será o principal fiscal. Nesse sentido, o orgão ampliará a interação com a população. “Va- mos lançar um aplicativo que possibilitará ao consumidor averiguar a veracidade do selo Inmetro e estabelecer um canal interativo de denúncias”. Outro objetivo do Inmetro na nova gestão é a certificação de laboratórios de ensaios que possibilitemmaior agilidade no processo de ensaios, com maior capilaridade em todo o território brasileiro. Além de estabelecer convênios com entidades privadas, a inten- ção é certificar laboratórios das próprias em- presas. Segundo ela, já existem instalações bem estruturadas que atendem a especifici- dades produtivas locais. Na área de fiscalização, a presidente do Inmetro afirmou que, além do combate à pi- rataria, o foco será também a concorrência predatória de bens importados e fabricados no País que não atendem aos parâmetros técnicos estabelecidos. Angela observou que a atuação do órgão, agora vinculado ao Ministério da Economia, visa a promover o desenvolvimento econô- mico, empreendedorismo, inovação e tecnologia, via aumento da competitivi- dade. “O Inmetro é a casa do setor produtivo e temos que trabalhar para essa relação se estreitar ainda mais. Temos que estar no mesmo passo da indústria”, disse. Na ocasião, a diretoria da Abinee expôs sua preocupa- ção sobre temas como produtos remanufaturados. Sobre este assunto, ela afirmou que qualquer iniciativa de regulamentação será trabalhada em conjunto com o setor pro- dutivo. “Não faremos nada sem que esteja explicito o desejo do setor de regulamentar”. Ela sugeriu uma campanha junto ao consumi- dor demonstrando a diferença na qualidade entre produtos novos em relação aos rema- nufaturados ou recondicionados. O presidente executivo da Abinee, Hum- berto Barbato, salientou a interlocução da Associação com o Inmetro e que as novas diretrizes estão em linha com os anseios do setor. Novo modelo regulatório No mês de maio, em seguimento à parti- cipação da presidente do Inmetro, o diretor de Conformidade do órgão, Gustavo Kuster, e o Chefe da Assessoria de Medidas Regu- latórias, Marcos Borges, reuniram-se com diretores e representantes de empresas as- sociadas. Kuster apresentou os estudos do novo modelo de avaliação da conformidade a ser proposto pelo órgão governamental, basea- do nas experiências de outros países, como Estados Unidos, Comunidade Europeia, Aus- trália e Japão. Atualmente no Brasil apenas 12% dos produtos abrangidos pelo Inmetro tem algu- ma exigência de avaliação da conformidade. O novo modelo será baseado em requisitos essenciais visando a simplificar o processo para as empresas e abranger todos os pro- dutos comercializados nos Brasil. As altera- ções no sistema também têm como objetivo agilizar e intensificar o combate aos produ- tos irregulares comercializados no mercado brasileiro. Segundo Kuster, o Inmetro pretende des- burocratizar e simplificar a vida das empresas com a criação de regras mais abrangentes. “Hoje levamos até sete anos para implemen- tar uma nova medida. A solução para esse estado de coisas é repensar todo o modelo”, afirmou. Ele enfatizou que a nova proposta privile- giará a inovação e facilitará a introdução de novos produtos no mercado, commaior liber- dade aos fabricantes para produzir e colocar seus produtos no mercado. "A estratégia é simplificar, por isso é importante a participa- ção de todos nas audiências públicas, que serão abertas com vistas a aperfeiçoar as propostas".

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