Revista Abinee 98 - Julho/2019
julho 2019 | Revista Abinee nº 98 | 31 mportante para o País, tria Essa euforia inicial, entretanto, arrefeceu, segundo ele. “Não conseguiremos mais salvar o PIB deste ano. Temos que come- çar a pensar em 2020”, disse Oliveira, para quem qualquer medida fiscal ou monetária só tem efeito prático em, no mínimo, seis meses. O economista salientou que, embora seja essencial, a tese de que só a apro- vação da Reforma da Previdência seja su- ficiente para a retomada do crescimento não se sustenta. “O problema fiscal não é o único que temos”. Nesse sentido, ele destacou o atual qua- dro de crédito reprimido e as altas taxas de juros. “Reverter isso exigirá medidas de grande impacto e coordenação das ações”. Em sua avaliação, as empresas estão des- capitalizadas e com dificuldade de tomada de crédito, em um cenário de produção in- dustrial estagnada há mais de dez anos e longe de ensaiar recuperação. Ele defendeu a ação do governo na polí- tica monetária. “O Banco Central não pode ficar de braços cruzados, vendo a econo- mia se deteriorar, principalmente, com uma inflação abaixo da meta”. Outro ponto crucial destacado foi a Re- forma Tributária. Segundo o economista, o tema é de difícil concertação devido à sua complexidade. Para o presidente executivo da Abinee, Humberto Barbato, além da questão fiscal, o governo deve tomar medidas para alterar a atual carga tributária. “Atualmente vemos manifestações contra benefícios fiscais, mas não podemos esquecer que eles só existem para corrigir nossa imensa carga tributária e colocá-la num nível adequado”. “O governo deve analisar números de como a participação da indústria tem caí- do em relação ao PIB, mas como a carga se mantém inalterada ao longo dos anos”, completou Barbato. “Se não fizermos a reforma, teremos um aumento de 8% de gastos em relação ao PIB até 2060.”
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