Revista Abinee 95 - Agosto/2018
agosto 2018 | Revista Abinee nº 95 | 19 Segundo Jantsch, a manutenção da Lei de Informática será fundamental com a chegada da transformação digital, por meio da qual todos os negócios serão baseados em tecnologias disruptivas como IoT, inteligência artificial, blockchain. “Como o Brasil irá se posicionar na cadeia global de inovação?”, questionou. Ele acrescenta que o investimento tecnológi- co deve ser prioridade em um Plano Na- cional de Desenvolvimento. P&D como contrapartida “A Lei de Informática representa um marco importante no desenvolvimento da indústria brasileira, com regras claras sobre incentivos fiscais, promovendo P&D no País como contrapartida”. A afir- mação é do diretor de Relações Institu- cionais da Ericsson, Tiago Machado . Há 94 anos no Brasil, a multinacional conta com mais de 500 pesquisadores e inves- tiu mais de R$ 1 bilhão em pesquisa e desenvolvimento nos últimos dez anos. “Os efeitos sobre P&D e inovação são expressivos”. Machado salientou que o alto nível de adensamento da cadeia proporcionado pela Lei busca inserção local e, em alguns segmentos de bens finais, exportação também. “Infelizmente, problemas estrutu- rais do País limitam a expansão da compe- titividade industrial”, afirmou. Para ele, a Lei de Informática do futuro deve priorizar melhor inserção nas cadeias globais de valor, incentivos para inovação e competitividade, que passam a nortear a discussão de Indústria 4.0. capa Uma nova indústria de componentes Após o desmonte da indústria de com- ponentes devido à abertura comercial mal planejada no início dos anos 90, momento em que a maioria das empresas de semicon- dutores fechou as portas, a Lei de Informá- tica contribuiu para a retomada do desen- volvimento de empresas neste segmento. A Smart Modular Technologies iniciou suas atividades no Brasil a partir da aquisição da divisão de memórias da NEC Brasil em 2002. “Há mais de 12 anos encapsulando chips no País, a Smart é líder absoluta em tecnologia de semicondutores”, disse o dire- tor-presidente da empresa, Rogério Nunes . Hoje, a produção se estende para com- ponentes e módulos de memória, módu- los de comunicação WiFi/BT e baterias. “Temos uma das estruturas mundiais mais complexas, com tecnologia desenvolvida e produzida aqui. Há apenas cinco ou seis empresas no mundo que desenvolvem esse tipo de produto”, afirmou. Com capacidade produtiva de 150 milhões de chips em 2017, a empresa é composta por 670 funcionários, sendo 200 engenheiros e técnicos, além de
Made with FlippingBook
RkJQdWJsaXNoZXIy NTY5NTk=