Revista 104 - Dezembro/2023

dezembro 2023 | Revista Abinee nº 104 | 31 A dimensão do pioneirismo da criação da entidade pode ser verificada quando se observa o arcabouço institucional dos setores elétrico e eletrônico àquela época. Ainda não existiam o Ministério das Comunicações, a Embratel e nem a Telebrás. A Eletrobras, holding que reunia as empresas públicas de energia elétrica, acabara de ser estabelecida. A ideia de criar a entidade surgiu a partir da experiência de Costa Santos no Sindicato da Indústria de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do Estado de São Paulo - Sinaees-SP -, que, por exigência da legislação vigente, precisava submeter suas atividades ao governo. Com a criação de uma associação civil independente, nacional, com poder aglutinador, a indústria elétrica e eletrônica passava a ter uma força maior para lutar em prol da expansão do setor, cuja importância para o Brasil, já naquele tempo, estava na sua capacidade de buscar o desenvolvimento tecnológico, irradiando seu potencial a todo o conjunto da economia. Este papel era ressaltado por Costa Santos ainda antes da criação da Abinee, em 1962, na publicação do documento 'O Paradoxo da Situação Brasileira', que continha seu discurso de posse no Sinaees-SP. Ele afirmava: “A indústria elétrica e eletrônica pode-se chamar indústria básica, pois, com efeito - através da fabricação e fornecimento de motores, geradores, transformadores e equipamentos eletrônicos - constitui-se no alicerce fundamental da instalação de outras indústrias de bens de produção e de consumo. De uma pequena sala emprestada pela Fiesp, na então sede do Palácio Mauá, no centro de São Paulo, com um funcionário e uma máquina de escrever também emprestados, a entidade iniciou sua brilhante história de luta em favor da indústria elétrica e eletrônica instalada no Brasil. Representatividade junto aos Três Poderes O primeiro desafio para a entidade foi a necessidade de consolidar sua representatividade junto aos poderes constituídos. Neste aspecto, a Abinee contou com a habilidade de sua diretoria, liderada por Costa Santos. Também contribuiu o fato de que as duas entidades setoriais existentes na época, a Associação dos Fabricantes de Rádio e Televisão (Afrate), em São Paulo, e a Associação dos Fabricantes de Aparelhos Telefônicos (Abrafate), no Rio de Janeiro, decidiram se unir à Abinee, dando ainda maior projeção à entidade. Além disso, desde o seu início, a atuação da entidade não se limitou às fronteiras nacionais. Entre as múltiplas finaliA Abinee tem um papel fundamental não só no desenvolvimento econômico do nosso País. como no desenvolvimento social e tecnológico. Nas últimas seis décadas a Abinee tem trabalhando para a criação de um ambiente seguro, defendendo a pauta do setor eletroeletrônico o que garantiu à nossa população acesso a equipamentos de alta tecnologia, que permitiu que o Brasil crescesse com inclusão digital, e de acesso à energia elétrica. Carlos Baigorri, Presidente Executivo e do Conselho da Anatel Manoel da Costa Santos e Antonio Delfim Netto

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