Propostas para a Inserção do Brasil na 4ª Revolução Industrial
PROPOSTAS PARA A 4ª REVOLUÇÃO INDUSTRIAL 33 de grandes empreendimentos e de muito sucesso neste segmento. Da mesma forma, conta com players nacionais e internacionais, altamente competitivos. Nos últimos 20 anos, o consumo de energia elétrica no Brasil cresceu a bom ritmo, mas foi notoriamente impactado por eventos críticos, como a crise energética de 2001 e a crise econômica de 2008. OPaís temenfrentado dificuldades paramanter umcrescimento econômico estável, com fortes oscilações cíclicas, como a recessão de 2014-2017, e diversos eventos de stop-and-go , desde anos 1980. Como conhecido, a evolução do consumo de energia é diretamente explicada pelo crescimento econômico. A capacidade de geração cresceu em ritmo de 4% ao ano desde 1995, resultado de importantes investimentos do setor. Apesar da diversificação nas fontes de geração de energia, a matriz elétrica ainda apresenta elevada exposição ao risco hidrológico. É fato que, mesmo com importantes investimentos do setor, o Brasil ainda re- gistra os maiores preços de energia elétrica em comparações internacionais e baixo consumo per capita. Atualmente 10 , o preço da eletricidade industrial do País é 4,4 vezes superior ao dos Estados Unidos, enquanto o do Chile é de 2,1 vezes e o do México é de 2,4 vezes. Neste contexto, o Brasil precisa manter o ritmo de investimentos no setor de energia, mas, ao mesmo tempo, é altamente recomendável que adote uma visão estra- tégica para além do mercado consumidor doméstico. O Brasil está apto a se consolidar como polo exportador de equipamentos e ser- viços de energia limpa e renovável para economias em desenvolvimento, que carecem da realização destes investimentos. Assim, é fundamental o desenvolvimento de polí- ticas governamentais que promovam as exportações deste segmento produtivo. Isso pode ocorrer, na forma de maior atuação da Agência Brasileira Gestora de Fundos Ga- rantidores e Garantias (ABGF) e do BNDES na provisão de seguros garantidores para exportações de setores industriais sofisticados. Adicionalmente, quando se pensa em exportações, não se pode esquecer de que a moeda brasileira é uma das mais voláteis entre moedas de economias emergentes. Essa volatilidade tem causas associadas com problemas estruturais e conjunturais. O fato é que isso acaba sendo um desafio adicional para a atração de recursos para finan- ciamento de projetos de longo período de maturação (no caso de infraestrutura), bem como para a previsibilidade dos resultados financeiros das exportações industriais. Por conta disso, além das importantes reformas econômicas que defendemos neste documento, julgamos ser muito importante que o governo federal, por meio da ABGF e do BNDES, opere em conjunto com o setor privado na provisão de mecanismos de proteção contra risco de crédito em operações de derivativos de moeda. Não esta- mos aqui nos referindo à provisão de proteção cambial (hedge cambial), mas tão somen- te a garantias contra riscos de crédito em operações de moedas estrangeiras, quando da 10 Referentes a dados de 2016.
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