Abinee-RS e Embrapii destacam cases e soluções em IoT/Manufatura 4.0

18/10/2019

Diversos empresários do setor eletroeletrônico e parceiros da Abinee se reuniram nesta terça-feira (15), no Ritter Hotel, em Porto Alegre, para compartilhar conhecimento na reunião-almoço promovida pela associação, que contou com a participação especial da Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) e de suas unidades com o tema Programa Prioritário (PPI) em IoT/Manufatura 4.0.

A abertura do evento ficou a cargo do coordenador executivo do APL de Automação e Controle, Ciro Copello, que destacou o andamento dos trabalhos junto ao Eletron Place, a plataforma digital de negócios do setor eletroeletrônico (www.eletronplace.com.br)

O diretor de operações da Embrapii, Carlos Eduardo Pereira, apresentou o modelo de atuação e as principais áreas de investimento. Destacou que, atualmente, já foram investidos R$ 1,35 bilhão em 797 projetos de 563 empresas em P&D e falou das vantagens do modelo adotado pela Embrapii, como a inexistência de edital e dispensa de apresentação de orçamento detalhado, possibilidade de se ajustar o projeto durante seu desenvolvimento, parceria com Sebrae e cooperação internacional e curto prazo entre negociação do projeto e seu início efetivo.

“Nosso objetivo é auxiliar as indústrias a desenvolver produtos inovadores, tornando-as assim mais competitivas”, afirmou.

O gerente da divisão de eletrônica do Lactec, do Paraná, Carlos Ademar Purim, uma das unidades Embrapii, destacou os cases de projetos realizados na área de tecnologia embarcada. Entre eles, o desenvolvimento de um caminhão autônomo para colheita de cana de açúcar, um consultório portátil de dentista, útil no atendimento a populações ribeirinhas e socialmente fragilizadas, e um sensor inteligente para redes elétricas.

Já o consultor de negócios Claudio Vieira falou sobre a Fundação Certi, de Santa Catarina, e os quatro grandes grupos de projetos realizados nas áreas de manufatura 4.0 na produção de eletrônica; centro de operação de serviços; monitoramento da integridade de ativos; e identificação de vegetação por imagem. Neste último, foi feito o mapeamento de lavouras de soja para identificação de áreas com ervas daninhas ou falhas que mereciam atenção do produtor.

“A tecnologia faz sentido quando ela traz resultado para a competitividade do negócio”, disse.

Coordenador do Instituto Eldorado, de São Paulo, Loiberto Verwiebe destacou os resultados de 2018, como a realização de 127 projetos, investimento de R$ 187 milhões em P&D e o emprego de mais de 800 colaboradores diretos. Também apresentou os projetos de aparelho de mídia HDMI com chip desenvolvido no Eldorado, gateway de voz para redes de TV a cabo, um módulo acoplado a smartphone para celulares Motorola, uma plataforma de validação de sensores de raio-X para linhas de luz síncroton e uma solução para acompanhamento de pacientes hospitalizados em UTI e enfermaria.

Por fim, o engenheiro Victor Gomes, do Instituto Senai de Inovação e Soluções Integradas em Metalmecânica, do Rio Grande do Sul, comentou sobre as áreas tecnológicas de atuação (manufatura digital, sensoriamento e visão computacional, processos avançados de fabricação e metrologia 3D) e destacou diversos projetos realizados em cada área. Entre eles, destaca-se o sistema de sensoriamento para linha de pintura desenvolvido em conjunto com a Stara; a criação de um sistema de inspec?aÞo inteligente, capaz de identificar, classificar e informar a origem das falhas na produção de chapas na Usiminas; e um sistema de visão computacional e inteligência artificial capaz de avaliar se um noìdulo em uma mama pode ser maligno (canceroso) ou benigno (naÞo-canceroso) a partir de imagens digitalizadas de uma bioìpsia por aspirac?aÞo com agulha fina.

A partir de todas as apresentações, o diretor regional da Abinee, Régis Haubert, chamou a atenção para a necessidade de maior engajamento dos empresários. “Temos que nos mexer mais e pegar esses gatilhos para formar mais parcerias, como aquela que fizemos sobre a Indústria 4.0, em que reunimos diversos atores e formamos a Rede 4.0. Hoje, não temos que temer trabalhar junto com nosso concorrente, porque nosso verdadeiro competidor está lá fora, no plano internacional”, destacou.